Sinto-me perdido, tão próximo, tão longínquo…
Penso em Ti… Não sou o que queres.
Mas quero, quero fazer ficar, lembro-me…
O primeiro olhar, a primeira palavra…
Sinto um vazio, um apertar…
Sinto-me como a folha na brisa…
Talvez não seja o que queres.
Mas sou o vazio, a metade…
Sem ti… sem luz, o teu brilho…
Sou um nada… um sopro…
Suspiro…
O granito, a pedra fria…
Entre as nuvens…
A Torre do Castelo.
Na infinidade do horizonte…
As paredes cinzas… num vai e vem…
Assumo a forma, o elemento…
Olho… sinto… e principia.
Mas, numa só palavra…
O que não começa…
Não pode acabar…
Uma alma… um alento…
Uma noite estudando o luar.
Uma melancolia que mora sozinha…
Um silêncio.
Um intenso frio, uma esperança…
Um corpo que vibra…
Envolto na escuridão.
Uma luz que reflete…
Reflete como um cristal...
Mas, um segundo, e…
Uma escuridão… quebrou…
O cristal… Quebrou.
Passo pelas ruas, uma légua de nada….
Um silêncio atroador…
Um segundo,… uma memória.
Um simples cheiro, um cansaço…
Apago as dúvidas.
E no fim da escolha…
No fim de uma vida, de fio a pavio…
Um simples cheiro, um olhar.
Apago as certezas…
Num ato de loucura…
Quero voltar… SER…
O resto da tua vida.
