sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A Estupidez e a Maldade Humana

Vista à distância, a humanidade é uma coisa muito bonita, com uma larga e suculenta história, muita literatura, muita arte, filosofias e religiões em barda, para todos os apetites, ciência que é um regalo, desenvolvimento que não se sabe aonde vai parar, enfim, o Criador tem todas as razões para estar satisfeito e orgulhoso da imaginação de que a si mesmo se dotou. Qualquer observador imparcial reconheceria que nenhum deus de outra galáxia teria feito melhor. Porém, se a olharmos de perto, a humanidade (tu, ele, nós, vós, eles, eu) é, com perdão da grosseira palavra, uma merda. Sim, estou a pensar nos mortos do Ruanda, de Angola, da Bósnia, do Curdistão, do Sudão, do Brasil, de toda a parte, montanhas de mortos, mortos de fome, mortos de miséria, mortos fuzilados, degolados, queimados, estraçalhados, mortos, mortos, mortos. Quantos milhões de pessoas terão acabado assim neste maldito século que está prestes a acabar? (Digo maldito, e foi nele que nasci e vivo...) Por favor, alguém que me faça estas contas, dêem-me um número que sirva para medir, só aproximadamente, bem o sei, a estupidez e a maldade humana. E, já que estão com a mão na calculadora, não se esqueçam de incluir na contagem um homem de 27 anos, de profissão jogador de futebol, chamado Andrés Escobar, colombiano, assassinado a tiro e a sangue-frio, na célebre cidade de Medellín, por ter metido um golo na sua própria baliza durante um jogo do campeonato do mundo... Sem dúvida, tinha razão o Álvaro de Campos: «Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer». Sem dúvida, mas não desta maneira.

José Saramago, in 'Cadernos de Lanzarote (1994)'

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Eu quero um amor de pinguim...

Um amor que dure a vida toda. Um amor puro e verdadeiro. Um amor que frutifique. Um amor de fidelidade e lealdade. Um amor que ultrapasse as tempestades, as intempéries, as distancias. Um amor que ano após ano retorne para me encontrar no mesmo lugar. Que seja diferente todos os dias e que reforce dia após dia suas convicções.Eu quero um amor de pinguim. Um amor que apesar de toda dificuldade, sempre retorna para o ser amado. Um amor simples e sem grandes pretensões mas que é grandioso apenas por ser amor. Eu quero um amor de pinguim. Um amor que colabora, que inspira, que encoraja. Um amor que divide, que soma, que jamais subtrai. Um amor que não foge das dificuldades mas que as enfrenta junto ao ser amado. Um amor que em dias frios seja capaz de aquecer meus pés que em dias quentes consiga refrescar minha alma que nos dias amenos coloque vida em minha vida.Eu quero um amor de pinguim. Um amor eterno. Um amor imenso. Feito um amor de pinguim sz


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Quero estar contigo!

Quero viver – te o máximo, sentir – te com toda a intensidade
Agarrar-me a ti e tua cara beijar!
Quero sonhar que junto a mim para sempre irás ficar!
Quero ir contigo a todos os lugares, experimentar todos os sabores, conversar, conversar, conversar!
Quero tornar o dia de hoje inesquecível, quero contigo viajar, conhecer todos os lugares, beber um sumo de abacaxi, um tinto do bom ou um copo de água, não me importa o quê!
Não me importa onde vamos estar!
Quero estar contigo, será tão errado desejar?
Será tão impossível viver o dia de hoje pensando só em nós dois, sem trabalho em que matutar ou sem relógios a “azucrinar”?
Aliás…
Quero estar contigo, estar só por estar, estar até sem falar!
Quero estar contigo num sítio sem barulho, onde não haja carros a passar, ondas a bater ou vento a soprar!
Quero estar contigo, hoje quero estar só contigo, não quero dizer mal ou bem de ninguém, aliás, não quero conversar!
Quero estar contigo, estar só por só por estar!
Não quero ir a uma festa, não quero sonhar, não quero rir, não quero beijar!
Quero estar contigo, estar só por estar!
Tu és o meu “lugar” preferido!

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Free

A verdadeira liberdade é um acto puramente interior, como a verdadeira solidão: devemos aprender a sentir-nos livres até num cárcere, e a estar sozinhos até no meio da multidão.  - (Massimo Bontempelli)

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Importância das coisas…

Todos os dias acordamos com a palavra crise, uma palavra que parece inevitável de sair do nosso dia-a-dia.
Dizem que querem refundar o País, que devemos gerir melhor as nossas economias, não desperdiçar, consumir de acordo com as nossas possibilidades, ter iniciativa e espírito empreendedor, se possível poupar, se não for possível até emigrar.
Mas qual é a nossa vontade? Qual a verdade? Que se pode fazer? Porque não fazer politica Autárquica?
Fazer política é afinal funcionar no coletivo, aproveitar todos os descontentes e mudar, identificando necessidades e problemas, congregando esforços e recursos, mobilizando projetos e estratégias para a sua resolução dos problemas.
E porque não começar por resolver os problemas que nos são mais próximos? Usar o propósito do serviço público, a luta pela justiça nas oportunidades e na qualidade de vida para todos.
Fazer politica deve ser um ato nobre, que nos permita melhorar a vida te todos, não usando malabarismos para prejudicar ninguém. A política permite quando bem-feita e com transparência, obter tudo que como portugueses ambicionamos: emprego, revitalização económica, inovação e criatividade, acesso à educação, saúde, cultura, desporto e lazer, preservação do património.
Não tenhas dúvidas se deves ou não fazer politica, se podes ser olhado de lado, deves seguir a tua vontade.
A politica autárquica é um bom começo, e se ainda tens dúvidas se deves ou não participar deixo aqui algumas razões para o fazer:

-Podemos promover a transparência e a avaliação conjunta das práticas políticas, dos que estão no poder e no caso de serem eleitos podes dar o vosso contributo sempre positivo para mudar o estado das coisas.
-Transmitir e dar o direito de independência a todos os que queres mudar as coisas, que têm um projecto diferente. Ou seja, impedir que a cor possa impedir a viabilidade de uma ideia.
-construir projectos estruturantes realistas, recusando a promoção de intenções programáticas populistas quase sempre desarticuladas e sem possibilidade prática de concretização, de propaganda fácil ou roçando a megalomania dos interesses das lideranças;
-valorizar e mobilizar os recursos humanos locais, colocando a experiência de vida, a competência, a indignação, a criatividade para a mudança em lugar do “carreirismo e do clientelismo”, do medo e da passividade ou apatia;
-enriquecer a campanha política com princípios de animação socio-educativa e socio-cultural, encarando-a como uma oportunidade para debater e esclarecer ideias, para enriquecer e motivar as participações colectivas, onde todos sejam necessários e funcionem como equipa, recusando as estratégias de puro marketing político e eleitoral que encenam as lideranças e “mastigam e deitam fora” as audiências (pois concebem-nas como instrumentos de ascensão política e nunca como eleitores que é sempre necessário ouvir para modelar e satisfazer expectativas).

Não podemos adormecer na submissão…!


Ricardo Santos