quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Nós, a nossa alma e a Paradaia

O património histórico-arqueológico e a sua conservação têm vindo a ganhar consideração e importância cada vez maior na sociedade portuguesa. Como tal, não se pode desprezar esse facto no licenciamento de uma pedreira, devendo de antemão criar-se condições para que exista uma harmonia entre os fins a que se destina o projecto e as condições preexistentes no local de intervenção. No caso da pedreira do alto da Paradaia, os impactes ambientais e patrimoniais são manifestamente excessivos, gerando uma onda de descontentamento público que teve expressão neste jornal a partir do ano de 2006. É de todo conveniente tomarem-se rapidamente medidas de minimização dos prejuízos da exploração que já são visíveis, pois estamos em presença de valores culturais e estimativos muitos relevantes. Atravessando o monte da Paradaia existem caminhos antigos, um dos quais servia de comunicação entre as localidades de Romãs e do Carvalhal, passando próximo da ermida da Senhora do Barrocal. Se actualmente estão na moda os percursos pedestres, aqui está um de excelência. Dificilmente encontraremos paisagem tão arrebatadora como a penedia da Paradaia, ou do «fragoso monte chamado Barrocal», conforme é nomeada nas memórias paroquiais de 1758.
Mas para falarmos das tradições e valores estimativos deste monte, preferimos ceder a palavra a quem tem o dom de pôr em quadras o que lhe vai na alma. Quer o título deste artigo, quer o texto de apresentação que se segue, passando pela recolha das quadras da D. Sara Nunes e as quadras de «resposta», são da autoria do Sr. Fernando Leitão. A ambos os autores os nossos agradecimentos por partilharem a sua arte connosco.

Abel Estefânio
aestefânio@hotmail.com

In "Gazeta de Sátão"

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