
"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis"
Fernando Pessoa
"A visão simples, o pormenor único do olhar desprendido da ideologia pré-designada..."
Conseguir ouvir os outros, ouvir aqueles que não pensam como nós, pessoas que emitem opiniões de que discordamos, é qualidade do verdadeiro democrata.
Todas as pessoas têm o direito de se expressar, mesmo que não defendam muitas das nossas posições, têm todo o direito de dizer sim ou não, concordar ou discordar.
É que anda por aí muita gente por esse mundo fora, que pensa que só o que eles pensam é que é verdade e que nada, absolutamente nada se lhe pode opor. Ninguém pode discordar deles, porque só eles são os únicos detentores da verdade.
E maravilhoso ver como se enfurecem quando alguém os contradiz ou deles discorda. Detentores exclusivos da verdade, assim o pensam, ei-los a utilizar toda a lábia de que dispõem para fazer vingar a “sua verdade”.
A maior parte das vezes usam argumentos sem consistência, sem sinceridade e o que é pior sem verdade. Fazem habilidades, e maroscas para que seja sua a “Verdade”.
A consciência saiu de moda, tal como os valores, nada mais interessa a não ser levar avante as “Verdades”. Existe simplesmente o interesse, o valor da nação, do distrito, do concelho, nada interessa.
Os valores, os ideais, a moral, deixou de ter valor? Será que ninguém sente na pele os malefícios do que está a acontecer? Onde está a coragem de mudar? Fica a pergunta.
Outra noite, e simplesmente o mesmo…
Continuo hipnotizado, tentando encontrar os sinais…
Mais uma noite, aqui sozinho…
Tanto sonho, tanta lágrima… Tanta solidão… Só quero encontrar a minha razão.
Custa dar voltas e voltas, e tudo voltar a ser como era. Sentimentos que partem, que voltam… Que fazem a lágrima cair, que arrancam a pouca alma que resta.
Tenho os meus olhos cansados, de tanto tentarem olhar… De tanto quererem ver…
E eu sei que não iram ver, não vou chegar, não vão desistir…
Vem, deixa-me ver… deixa-me desistir… Simplesmente guardar…
Tenho os meus olhos cansados…
Em silêncio... a noite escoa
O silêncio do mar esvazia...
Sai pela rua ruidosa...
Onde o silencio da minha alma
Elevou pelo ar o ruido
O ruido do silêncio da alma.
A noite em silêncio deixou-me só
Pois, só... triste e só
A chuva cai...
que noite...
quebra o silêncio...
o silêncio da minha alma...
a noite passa para o dia...
mudamos, melhor mudei...
Nasceu... nasceu o dia...
Em silêncio, nasceu
E agora minha alma...
Deixou o ruido do silêncio...
E voou...
Ricardo santos
24/11/04
Não há dúvida de que é inútil e nefasto lamentarmo-nos perante o mundo, não vale mesmo a pena…
Será que vale a pena a lamentação para nós próprios.
Para que, o lamento para nós próprios, para podermos ter piedade de nós próprios? Não vale a pena… A piedade é um corrosivo da alma.
O lamento de espírito pode fazer de nós exangues e fazer lamentar a nossa própria existência.
Resta apenas uma coisa a fazer, aproveitar as fraquezas, o nosso amolecido, para fortalecer a nossa energia interior. Retirar experiências, verdades da vida.
Tratar a vida de forma a parecer um filme, onde podemos fazer tudo o que nos vem na alma, e quem sabe, ficarmos perplexos, com a nossa própria força…
Neste momento é frequente ouvir da boca de muitos jovens frases como: "A política é chata!", ou "Isso é um desperdício de tempo!",ou "Não vai adiantar nada!", entre outras que penso que em nada dignificam os jovens, colocando-os mesmo a jeito de ouvir certas e determinadas coisas.
Assim sendo, será que os jovens perderam interesse pela vida associativa? A resposta, é certamente um sim, muitos dos jovens actuais preferem optar por estar longe da vida política do seu país, ficando centrados no seu próprio "umbigo". Tal deve-se ao facto dos partidos políticos não irem ao encontro dos interesses dos jovens. Além disso, com o crescente individualismo que a sociedade actual está a causar nas gerações actuais e vindouras é previsível que tal situação se vá agravar ainda mais.
Mas é muito mau, uma vez que nós, os jovens, somos aqueles vão ter de governar o país no futuro... Além disso, criticar a sociedade, as políticas actuais é simples, mas, o que se pede é que se vá mais além, que participem, não é preciso filiação em partidos, basta apenas ser cidadão, algo que me atrevo a dizer que 90% dos jovens não sabem o que quer dizer.
O mais importante do exercício da nossa cidadania é que se manifestem e que de alguma forma contribuam para mudar aquilo que está mal.
Espero que este meu pequeno texto desperte a atenção dos jovens, e que sirva de estímulo a que, mais jovens, sejam acima de tudo cidadãos.