terça-feira, 21 de julho de 2009

Pedra com a inscrição moçárabe do Barrocal

Sou a comunicar algo de muita importância para o concelho de Sátão, algo que não se vê todos os dias. O Dr. Abel Estefânio, Economista de Profissão e um amante da História, vai participar como orador no "900 anos do nascimento de D. Afonso Henriques" em Viseu. Apesar de não ser natural do concelho, este amigo do concelho de Sátão tem contribuído com inúmeras pesquisar de elevado valor, que permitem conhecer o nosso património, e o bem e mal que nele têm efectuado. Por isso vou publicar com autorização, alguns dos artigos elaborados pelo Dr. Abel Estefânio.



"No âmbito das comemorações do nascimento de D. Afonso Henriques, a Câmara Municipal de Viseu vai realizar uma exposição temporária com património identitário dos séculos XI ao XIV, subordinada ao tema “Arte, Poder e Religião… dos Tempos Medievais”. Procura-se evidenciar as relações de D. Afonso Henriques com a região de Viseu: identificar aspectos da História Medieval através dos objectos expostos; reconhecer os elementos estruturantes da cultura e das vivências medievais na região; valorizar, divulgar e projectar alguns dos “tesouros” do património artístico de Viseu e da região Centro.
Entre as peças seleccionadas para integrar este discurso expositivo, a Comissão Científica, constituída por historiadores de arte e investigadores, seleccionou a pedra com a inscrição moçárabe do Barrocal. Trata-se de uma pedra com um motivo decorativo moçárabe e uma ténue inscrição em latim, cuja existência sempre foi conhecida por parte da população local, mas que só recentemente, com os bons ofícios do Sr. José Almeida, presidente da Junta de Freguesia de Romãs, foi possível valorizar, culminando com a sua exposição no museu Grão Vasco. Recordamos que demos uma primeira notícia no «Gazeta» de Fevereiro, da interpretação da inscrição pelo Professor Doutor Mário Barroca, professor associado da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e investigador na linha da arqueologia medieval. Merece a pena referir, para os leitores interessados, que a sua tese de doutoramento “Epigrafia Medieval Portuguesa” se encontra disponível para consulta na Biblioteca Municipal de Sátão. Este reputado epigrafísta procedeu à leitura da inscrição, lendo a palavra «PERFECTA» alusiva à sagração de um templo medieval, que datou do século X. A partir daí registamos o interesse crescente que o achado revestiu para vários investigadores, historiadores e arqueólogos, que visitaram o local. É neste quadro que a pedra com a inscrição foi seleccionada para fazer parte da exposição que se realizará no Museu Grão Vasco.
Esta exposição, ligada às origens da nacionalidade, será importante não só para professores e alunos, mas também para todos que desejem conhecer melhor a nossa história. A exposição terá lugar na sala de exposições temporárias, onde ficará patente ao público entre 9 de Agosto e 14 de Novembro de 2009, no seguinte horário: terça-feira 14h00, 18h00 – Quarta a Domingo10h00, 18h00.
Fica aqui expresso mais um importante testemunho sobre o elevado interesse histórico e patrimonial do monte do Barrocal ou da Paradaia, conforme registou, na monografia do concelho de Sátão, o saudoso Cónego Albano de Sousa, e que temos vindo a defender numa série de artigos neste jornal. "

Abel Estefânio
aestefanio@hotmail.com


In "Gazeta de Sátão"

3 comentários:

hugobaptista disse...

sem dúvidas que a inscrição do barrocal é um elemento a ter em conta na analise deste espaço- o Barrocal ou a Paradaia. Cabe-nos salvaguardar que foi o sr Elídio da povoação de Romãs que a detectou por primeira vez. Lamentamos nesta panoplia de acontecimentos que se sucederam após posta a descoberto nada sabermos,nem sequer sermos informados... se bem nos recordamos a pedra só está a luz do dia graças aos travbalhos de prospecção arqueológica que se têm vindo a desenvolver e disso nada é referido a não ser a critica á pedreira da paradaia que se porventura lá existiram vestígios arqueológicos já foram destruídos, pelo menos aqunado o inicio da exploração. Contudo trabalhos mais recentes de prospecção aqui efectuados não confirmam a existencia de equalquer sitio arqueológico, nem sequer o penedo frado, q apresenta apenas a singularidade natural que todos conhecemos e que poderá vir a ser destruida.

PPN disse...

+ info em http://bensculturais.diocesedeviseu.pt/expoafonso.html

Anônimo disse...

Na Gazeta já desde Fevereiro, que tem saido noticias...
E de certeza, que O Jornal teria todo o prazer de receber Artigos, do Sr. Hugo Baptista. No proximo número vamos dar também dar mais noticias sobre este assunto.